quarta-feira, 6 de junho de 2007

RCTV via YouTube

E a crítica à Hugo Chávez continua via YouTube. Após perder a concessão pública, a RCTV opera agora via Web.

Eu consegui contar 40 vídeos inseridos pela rede no YouTube. É quase unânime a cobertura anti-Chávez, bem como no espaço destinado ao debate, a oposição utiliza para defenter suas teses e denunciar o o governo de Chávez, que classificam como uma “ditadura popular”.

Segundo reportagem da Folha de São Paulo “A afiliada da RCTV na Colômbia, TV Caracol, também concordou em transmitir uma edição noturna do “El Observador” por meio de seu sinal internacional, de acordo com a CNN”. A rede também está na tentativa de transmitir via cabo.

Dito isso, cabe dois comentários. Primeiro, o fato de Chávez não renovar a concessão revela o projeto hegemônico que tenta implementar na Venezuela. Em um artigo, Muniz Sodré sustenta que o nome do jogo em Caracas “é a imposição dos valores que enquadram os interesses da cidadania e concorrem para a direção moral e intelectual da sociedade. Em outros termos, é a dominação por consenso.”

Em outro trecho argumenta:

A hegemonia buscada por Chávez passa pelo estabelecimento de uma mídia oficialista, cujo ponto de partida deu-se em dezembro passado. Até agora, desapareceram duas emissoras privadas na esfera do circuito aberto televisivo: a CMT e a RCTV. A primeira, sem grande importância, devido à sua cobertura limitada. A segunda, a mais antiga e a detentora da maior audiência nacional, dá lugar à fundação governamental Televisora Venezolana Social (TVes), que preconiza emissões de natureza educativa”

Já a RCTV, delicia-se com as possibilidades e características anárquicas da Web. Cada um colocar o que quer (respeitando algumas regras é claro) e quem procura acha. Porém, falta a rede e a grande parte da mídia mundial, entender que a Internet não é apenas um meio. Suas característica podem e devem gerar uma nova narrativa jornalística e novos padrões de produção e veiculação de conteúdo.

Do ponto de vista jurídico-administrativo, Chávez está repleto de razão, uma vez que compete ao Estado venezuelano a administração do espectro radioelétrico. Contudo, é uma decisão política objetivando dominar pelo consenso.

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